segunda-feira, 25 de março de 2013



A MOCINHA DO MERCADO CENTRAL 

Por Roseana Murray

Ontem li A MOCINHA DO MERCADO CENTRAL de Stella Maris Rezende. O livro acaba de ganhar o Prêmio Jabuti 2012 e merece quantos mais prêmios houver. O livro é complexo, sua estrutura interessantíssima. A fina névoa que existe entre a realidade e a ficção se esgarça e já não sabemos mais o que é real e o que é fantasia da mocinha que vai se desdobrando em nomes , em muitas, já que somos uma multidão dentro da gente. O significado dos nomes que vão aparecendo e norteando as aventuras da menina são de uma poesia avassaladora. É uma menina em busca do pai? Em busca do amor? Seu encontro com os livros, com os poetas , com o ator por quem se apaixona e que sai do filme como na "Rosa Púrpura do Cairo", para encontrá-la na Confeitaria Colombo, são cenas lindíssimas. A mocinha tem uma misto de ingenuidade e sabedoria. Tem coragem.Viaja no tempo. E quer reescrever a sua história. O romance vai sendo escrito diante dos olhos do leitor. E a mescla de terrível e belo nos deixa sem fôlego. Há um estupro, há um suicídio, há a busca, que é a de todos nós, da identidade. Há a busca, que é a de todos nós, a busca do amor. A mocinha é de uma beleza, de uma leveza, para ela, não há separação entre o real e o imaginário, ela até fala com os mortos. Maria, o núcleo do seu nome, vai passando incólume por todos os perigos, sozinha, nas cidades por onde se aventura. Como se fosse um anjo.
Recomendo com ardor. 




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